O canto
da comunhão é o mais documentado desde a antiguidade. Já no
século III, pelos textos de hinos em prosa lírica e, no século IV, pelo emprego
dos salmos responsoriais, especialmente o salmo 33 devido ao seu refrão:
“Provai e vede como o Senhor é bom”.
FUNÇÕES RITUAIS: Diz a IGMR: “Enquanto o sacerdote e os
fiéis recebem o Sacramento, tem lugar o canto da comunhão, canto que deve
expressar, pela união das vozes, a união espiritual daqueles que comungam,
demonstrar ao mesmo tempo a alegria do coração e tornar mais fraternal a
procissão dos que vão avançando para receber o Corpo de Cristo. O canto tem
início quando o sacerdote comunga, prolongando-se enquanto os fiéis comungam
até o momento que pareça oportuno.”
1. Exprimir a união espiritual entre os comungantes pela unidade das vozes: o único simbolismo da fusão das vozes, como sinal de união dos que cantam, assume, no momento da comunhão sacramental, um significado particularmente eloquente.
2. Mostrar a alegria do coração: a alegria do festim das bodas do Cordeiro, ao qual são convidados os comungantes.
3. Tornar mais fraterna a procissão dos que caminham juntos para receber o mesmo Corpo do Cristo: o canto contribui para a dignidade, a ordem e a coesão do gesto coletivo. Dele decorre sua natureza processional.
FORMAS:
O Missal oferece para cada missa um
texto próprio, como antífona de comunhão. Essa antífona pode se tornar ou
inspirar um refrão para ser cantado pela assembleia.
Para que esses cantos perdurem
durante todo o tempo da comunhão, a forma
Responsorial é a mais apropriada. Pode-se articular uma antífona ou refrão
como os versículos de um salmo bem escolhido (por exemplo 22, 33, 41, 62 etc.)
cantados por um ou dois solistas.
É possível adotar cantos compostos
para a procissão, seja de forma litânica,
seja em forma estrófica. Um coral pode também executar uma peça adaptada. Ou
ainda preferir ao canto o órgão ou outro instrumento.
Um
canto adequado à comunhão deverá corresponder ao sinal que está sendo
realizado: a refeição fraternal do Corpo
e do Sangue de Cristo, na fraternidade e alegria da participação do banquete
eucarístico. Uma assembleia que caminha
cantando em busca do dom gratuito e generoso do Pai que se senta à mesa com
seus filhos e a todos alimenta com o Seu Filho Jesus, é símbolo de uma Igreja a
caminho, alegre e festiva. Agora e aqui na terra, todos “convidados para a Ceia
do Senhor; e um dia, jubilosos convidados para as Bodas do Cordeiro, o Cristo
glorioso, no céu... Portanto, não são apropriados os antigos cantos de adoração
ao Santíssimo Sacramento, nem cantos subjetivos e intimistas, de mensagem
genérica.
Na
medida do possível, esteja em consonância com o evangelho proclamado: a Palavra
se faz Eucaristia! É normal que os cantos de comunhão tenham, de alguma forma,
a participação de toda a comunidade. A respeito do grupo dos cantores, que é
sempre uma questão com muitas dúvidas, diz o Missal Romano: “O grupo dos
cantores, segundo a disposição de cada igreja, deve ser colocado de tal forma
que se manifeste claramente sua natureza, isto é, que faz parte da assembleia
dos fiéis, onde desempenha um papel particular; que a execução de sua função se
torne mais fácil; e possa cada um de seus membros facilmente obter uma
participação plena na Missa, ou seja, participação sacramental. (IGMR, 312).
Não há necessidade de multiplicar cantos durante o rito da comunhão: silêncio,
alternância entre canto e instrumento, algum solo, repetição do refrão, convém
mais, refletindo a unidade do mistério celebrado e da assembleia como um todo.
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