No dia que se chama do Sol, reúnem-se no mesmo lugar, todos os que moram nas cidades e nos campos. Leem-se as memórias dos Apóstolos ou os escritos dos Profetas, enquanto o tempo o permite. Quando o leitor termina, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos. Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Como já dissemos acima, quando acabamos de rezá-las, apresentam-se o pão, o vinho e a água. Então, o que preside, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: “Amém!”. Em seguida, se faz entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos, que foram eucaristizados, que também são enviados aos ausentes, por meio dos diáconos. Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. Ele socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou por qualquer outro motivo, se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros, e os hóspedes, que estão em viagem. Numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados. Nós nos reunimos todos no Dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque, nesse mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do Dia de Saturno e no dia seguinte a este, aparecendo a Seus discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração[1].

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