O ‘Glória’ é um hino que remonta aos primeiros séculos da era cristã. Na
Instrução Geral do Missal Romano, lemos que o "Glória’ é um ‘hino
antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja congregada no Espírito Santo
glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro”.
Esta definição nos deixa claro que o “Glória” é um hino doxológico (de
louvor/glorificação) que canta a glória do Pai e do Filho. Porém, o Filho se
mantém no centro do louvor, da aclamação e da súplica. Em sua origem era
cantado no ofício da manhã.
No século IV aparece na liturgia eucarística do Natal, podendo ser
entoado apenas pelo bispo. Só no século XI se tem notícias do “Glória” cantado
em todas as festas e domingos, exceto na Quaresma. Então os padres já podiam
entoá-lo.
O “Glória" pode ser dividido em 4 partes:
- O canto dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”.
- Os louvores a Deus Pai: “Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória”.
- Os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: “Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais sentado à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo Jesus Cristo”.
- O “Glória” termina com um final majestoso incluindo o Espírito Santo: “Com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém”. É importante lembrar que esta inclusão não constitui um louvor explícito à terceira pessoa da Santíssima Trindade.
O Hino de Louvor, o Glória, constitui parte do Rito da Missa. Está
inserido nos ritos iniciais. Por se tratar do próprio rito, e não de um canto
que o acompanha, precisa ser fiel à letra do Missal Romano: "Glória a Deus
nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados. Senhor Deus, Rei dos
céus...". Como esta versão é em prosa, ou seja, sem versos, há uma versão
poética com permissão da Igreja: “Glória a Deus nos altos céus, paz na terra
aos seus amados... A vós louvam, Rei Celeste, os que foram libertados... Deus e
Pai nós vos louvamos...”. Todas as outras versões resumidas como o “Glória,
glória... ao Pai o Criador, ao Filho Redentor e ao Espírito, glória!” não são
adequados para a Missa por vários motivos: não tem a letra oficial e é
Trinitário (vimos que o glória é dado ao Pai e ao Filho, o Espírito Santo
aparece no hino como fórmula de conclusão “com o Espírito Santo, na glória de
Deus Pai”.
Vale a pena ver a letra dos hinos de louvor que cantamos nas celebrações
eucarísticas, e verificarmos quais são apropriadas e quais não o são para a
Liturgia. Já demos os critérios... agora é com você!
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